quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Cadeiras e a solidão

A primeira pergunta que provavelmente virá à cabeça daquele que ler o título é: "qual a relação entre cadeiras e solidão?". Nenhuma. Com certeza não há nenhuma relação, exceto é claro, como essa cadeira pode estar, pois aquilo que inspirou este que vos escreve a este título é nada mais do que um círculo de cadeiras. Amigos lado a lado, todos discutindo um mesmo assunto, mas o que poucos perceberam, embora seu destaque, foi uma solitária cadeira a seu centro: vazia, sem vida, rejeitada, à vista de todos mas mesmo assim ignorada. O assunto da discussão? Macabéa. Criação de Clarice, solitária, uma mulher que se destacava por seus hábitos incomuns e incessante desejo de sempre saber mais. Ignorada, rejeitada, traída, morta.
Agora paro pra pensar: estariam realmente as cadeiras não associadas à solidão? Cadeiras nos trazem conforto, algumas, como a da imagem, um espaço para que escrevamos, outras nos proporcionam um apoio para os braços, mas cada um está na sua. Sim, porque não existe uma cadeira para todos? Se todos sentássemos no chão, obviamente, haveria desordem sem igual, sem as cadeiras, provavelmente haveria poucas chances que alguém prestasse atenção no que estiver fazendo, seja isso em casa, seja na aula, em qualquer lugar, sem contar, é claro, os problemas de coluna que isso poderia proporcionar. As cadeiras são portanto, um mal nescessário.
Assim como Macabéa é essa cadeira, porque todos estão à sua volta, mas a tudo dão importância a não ser a ela, porque quando ela for nescessária, será usada, e, depois, rejeitada, deixada para trás, riscada, quebrada, torta, suja, jogada, morta. Mas a verdade, é que nunca esteve viva, nada mais que mero instrumento, criado pelo homem, a serviço do homem, destruído pelo homem, e assim como o homem faz com seus semelhantes, no exato momento em que não tiver mais utilidade, não será mais digna de importância.
Se, para que todos tênhamos segurança no que fazemos, precisemos nos isolar, que assim seja. Se, para que seja conservada a ordem, precisemos nos reprimir, que assim seja.
Se para que possamos crescer, deixaremos aquilo que não tem importância para trás, que assim seja.




"So why is it that you loathe us who teeter on the edge of
nothing? We who were turned away by both light and dark
---never given a choice?
No matter what misery befalls the worlds. No matter what you
think, what you feel, or how you exist."



quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Sobre pinguins e aves que não são aves


Afinal? Que coisa melhor para o primeiro post d'A fantástica vida de Dan do que os pinguins? Afinal, o que são pinguins? Nada mais que aves injustiçadas, que, assim como os avestruzes... não podem voar. Ah, o triste destino, que privou essas tristes espécies de seu próprio nome e definição! Uma exceção à regra, uma aberração, uma pseudo-adaptação ao meio ambiente? Essa última é a mais cientificamente correta, MAS, não poderiam elas ter simplesmente voado para outro lugar? Ou teria uma espécie primitiva de réptil evoluido de maneira errônea para esses seres que tanto parecem com orcas, de agradável feição e pés kawaii? A verdade é: eles são um reflexo de todas as injustiças, coisas injustificadas, demissões de Alexandres, coisas sem sentido, pseudo-existências e até mesmo... a coisa!


Embora não dotados de sua principal característica, essas "aves" funcionam bem no ambiente em que vivem: seja nadando e caçando peixes como bons pinguins, enfiando suas cabeças na terra (isso também, um reflexo de sua vergonha consigo mesmas) ou comendo gyshal greens! Uma ótima menção, devo dizer, à uma criatura -infelizmente- fictícia, os chocobos, da série Final Fantasy: aves geralmente amarelas, que se assemelham a avestruzes e correm rápida e decididamente, sempre dispostos a ajudar humanos -ou moogles- em necessidade!

São também, um reflexo de como as coisas nem sempre são como esperamos, de como nem sempre podemos escolher, e temos de lidar com o que nos é imposto, seja pela sociedade, seja pela religião, seja por onde nascemos. Mas principalmente, uma amostra de como podemos ser os melhores mesmo nas situações mais desfavoráveis, superando todos os desafios que o cruel e brincalhão destino nos impõe.

Seja você também um pinguim! Quebre as paredes que te prendem, pise no estereótipo, vença os desafios e conquiste seu lugar!

"Get break up! To break up! Atarashii fighter..."