segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Surpresa!

É noite, e a luz acaba. Você anda pelos corredores, tropeça, bate com a cara em uma parede e rola escada abaixo. Depois de se recuperar, você procura uma lanterna, encontra, e tenta acendê-la, mas descobre que ela está quebrada, falta um pedaço. A luz volta e você descobre que estava tentando acendê-la do lado errado.

Você está numa praça de alimentação, vira para trás e descobre que seu melhor amigo lhe comprou uma casca de sorvete.

Você entra no banheiro para escovar os dentes, e vê uma barata aparentemente se deliciando em cima do sabonete.

Você não gosta de espelhos. Vai em um banheiro público para lavar as mãos, e fica em um local onde eles não estão, você olha pro lado e é o lugar onde há mais deles, você corre.


Todas essas coisas, boas, ruins, engraçadas ou constrangedoras são o mesmo tipo de sentimento: surpresa. Mas a pergunta é: por que esse sentimento muda dependendo da situação: medo, felicidade? Qual a diferença entre a ansiedade por um presente de natal incerto ou o medo do desconhecido ao entrar em um quarto escuro e estranho? Em ambos os casos, pode ser algo bom, ou ruim, mas ao pensar no presente, a sensação de conforto é maior do que a de ansiedade,e no quarto, o contrário. Não passa porém, de um reflexo da efemeridade e arrogância humana.

Traço, então, um paralelo: a aurora é sempre vista com bons olhos, o nascer do dia e da luz, enquanto ao crepúsculo traz a tristeza, a sensação de fim, a nostalgia. Porém, não são, afinal, tanto um quanto outro, o final de um ciclo? Irreversível, incontrolável e certo como o são as ações humanas, recebem nomes diferentes, mesmo sendo, em base, a mesma coisa. Não se pode nunca esquecer, porém, que o crepúsculo de um significa a aurora de outro.

Aquela inocente casquinha pode ter despertado uma centelha de inveja, ciúmes, uma sensação de abandono em outro que estava por perto, a inocente barata que foi depois cruelmente morta, as pessoas que estavam presentes naquele banheiro e que poderiam ter se sentido ofendidas pelo gesto de correr. Nada foi esperado, suas conseqüências não foram planejadas, mas mesmo assim tudo foi certo e irreversível, não importando suas causas, os sentimentos por trás deles ou seus objetivos, não passou de uma simples surpresa!







Um feliz natal, e que apenas boas surpresas os aguardem.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Folha de caderno

Oi, eu sou uma folha usada. Depois que escreveram em mim, me jogaram, me cortaram e me abandonaram.





Eu não sei
escrever
com a esquerda.
Quanto maior eu
escrevo, fica
melhor, mas ainda
feio.
lalala




Bom, agora olha só
eu com a letra igual
a da minha vó
/danidestraoff


Agora que escreveram em mim de um jeito diferente, todo mundo quer escrever, e eu me sinto amada, mesmo sabendo que não escrevem nada útil, e, portanto, serei jogada fora depois que meu espaço acabar. Mas, mesmo assim, se iria ser jogada fora de qualquer jeito, melhor que, antes de ir para o esquecimento, que eu seja feliz enquanto


EXISTIR




*metáforas são realmente surpreendentes, não?*

domingo, 30 de novembro de 2008

Luz Negra

Luz e trevas para sempre existirão, equilibrando sentimentos, ações, pensamentos. Porém, há uma outra força, que por muitas vezes é confundida com a alva criação, ou a trévola destruição, e, embora seja esta a sua função, deve ser tratada como um outro poder, uma outra existência, a Luz Negra.

A Luz Negra, como já mencionado, se disfarça de luz, ou trevas. É uma força que, diferente das outras, não pertence a indivíduos, em suas intensidades específicas, mas às relações entre eles, suas luz e suas trevas se entrelaçando, se tornam um única coisa. A Luz Negra é o sentimento de paz, mesmo quando se sabe que nada está certo, é a felicidade que perdura mesmo nos momentos mais difíceis, é a raiva,a sensação de impotência por não se poder fazer o bem ao próximo, o pessimismo que evita as desgraças, a culpa decorrente do sacrifício alheio, o remorso pelos maus atos, o rancor e a crueldade, a repreensão que previnem sentimentos ainda piores.


A Luz Negra é um sentimento puro, que quebra as barreiras da Luz e das Trevas, que transcede os limites do corpo, que não tem escrupúlos, que não discrimina, que não tem origem ou objetivo.

A Luz Negra não absorve e nem reflete, não entrega ou retira, já que esses sentimentos, esses 'efeitos' e essas funções da escuridão e da iluminação estão juntos, nunca em conflito, nunca sobrepostos, apenas unidos.

A Luz Negra é tão eterna quanto o são Luz e Trevas, permanecerá quente, e ao mesmo tempo fria, enquanto as outras duas forças existirem.

A Luz Negra é composta de esperanças, de preocuapações, de paz, de felicidade, tristeza, de dor, saudades, e amor.


A Luz Negra é muito conhecida por outro nome.




Amizade

domingo, 23 de novembro de 2008

No silencioso castelo a desabar, em um tempo sedento por mudança... um eu com a cor das cinzas desaparece lentamente...










Por favor, alguém...











Preciso morrer...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Castelo de Areia

Seja ele de poeira de estrelas, seja ele da simples degradação de rochas e conchas, o castelo de areia se forma.

Lentamente ele toma formato, crescendo, se embelezando, se formando. Belo ou desprezível, só depende de quem o cria. Não se deve imaginar em nenhum momento, porém, que criá-lo de maneira bela é fácil,já que as mesmas areias que o formam também são as areias da ampulheta distante e sem fim, profunda e sem limites, as areias que a tudo consomem, e que o frágil reino constroem.
Enquanto as areias vão e voltam com a maré, as oportunidades uma a uma vem. Uma, e depois duas vezes, serão agarradas repetidamente, e serão perdidas de novo e de novo.

O belo castelo de areia precisa de árduo trabalho e dedicação, mas depois de pronto, a todos que o verem encantará.

O castelo de areia porém, seja belo ou desprezível, terá um breve fim, e o mesmo mar que as areias trouxe, agora as tirará, e nada do castelo sobrará.

Aquilo que tão belo era agora se desmancha, o que com tanto trabalho se formou agora faz parte do todo, sem forma definida, abstrato. Porém, desde que começou a ser criado, não passava de simplesmente areia. Sua composição foi sempre a mesma, apenas a forma mudou, e agora, pelas ondas transformado, o belo reino, tão imponente e belo, se tornou de novo aquilo que sempre foi.





A vida vai embora. Assim como a noite vai ao dia, não passa de um sonho que se desmancha.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

The Dark Side

A maioria das pessoas que ler o título provavelmente terão, como primeira associação, algo relacionado a Star Wars. Porém, aqui estou agora para falar de algo que todos têm, muitos temem, e poucos aceitam: sua escuridão.

A escuridão, como já abordada anteriormente, é a ausência de luz: quando não se tem nada a oferecer, nenhuma cor a doar, nenhum calor para distribuir. A escuridão é fria, arrasadora e, principalmente mal vista.

Porque ela existe, então, vos pergunto, se as coisas boas estão no branco, e todas as coisas ruins tendem a ser destruídas? A resposta, eu lhes dou: aquilo que hoje é escuridão o é porque já deu sua luz, seu calor, sua cor, sua bondade, sua vida.

A escuridão associada com maldade, rancor, raiva, ódio, destruição nada mais é do que um fruto da alegria, da amizade, compaixão, do amor puro, cuja principal característica é sua alva criação.

Porém, deve sempre saber que toda escuridão também tem sua luz, mesmo que reprimida, oculta e silenciada, ela existe, e mais próxima do que parece. Porque atrás de todo olhar cheio de ódio, de toda traição de qualquer aspecto, há o desejo de ser amado. Por trás de toda agressão, há um abraço, uma nescessidade por calor humano. Por trás de toda palavra rude, um elogio, uma faísca de luz que não precisa de mais do que um pouco de luz pura para que seja acesa uma fogueira de brancura.

Loucura? Fato. Usarei até mesmo de personagens de domínio público que, mesmo pertencentes à ficção, mostram claramente essa idéia.

Yagami Raito, o cruel serial killer, que hesitou apenas quando lhe foi oferecida a mão da amizade.

Seymour Guado e Alone, que a tudo desejavam destruir, para que assim reinasse, ao ponto de vista de seus corações, a felicidade. Vale ressaltar aqui também, que a luz, a força criadora, não poderá agir antes que tudo seja destruído pelas trevas.

Squall Leonhart, o frio soldado, que desprezava aqueles que o cercavam, odiava seus sentimentos, se afastava de tudo e todos, pôde lhes dar sua luz, sua bondade e calor reprimidos no instante em que a gentil mão do amor lhe foi estendida.

Riku, que ilustrará este post, entregou seu coração, que até então era destinado à suprema luz, às trevas, apenas para que ele e seus amigos pudesse conhecer novos mundos.

Esses são apenas exemplos da luz reprimida e ocultada pela máscara da escuridão. Mas, também poderia ela estar sendo forçada. Porque, oras, se alguém encontrasse para si uma luz tão forte e tão boa que não gostaria que ela estivesse no coração de outros, suas trevas então a deixariam onde está, mesmo que ela seja tão forte. Mas ainda estaria lá.

A escuridão não é ruim, assim como também não é boa. É uma força instável, incontrolável e eternamente presente.

Sempre deve-se lembrar, porém, que quanto mais luz você irradiar, maior será a sombra formando-se às suas costas.


domingo, 2 de novembro de 2008

Volta blog da Patuxa, ou algo do gênero

Sou, pelo menos até onde chega o meu conhecimento, a terceira pessoa a participar da campanha, que visa trazer de volta uma das maiores fontes de entretenimento da atualidade: Algo do Gênero

Usando de uma linguagem rebuscada, um toque subjetivo, porém notável humor único e de carisma sem igual, o blog d'A Glamurosa Patuxa Blogueira trazia assuntos inéditos, com uma abordagem diferente de tudo que já havia sido visto, que vão desde as análises musicais mais inesperadas a dicas de uso comunitário para divulgação de blogs com requinte.

Uma das maiores tragédias, porém, superando um sem graça e super explorado World Trade Center, foi a destruição de tamanha fonte de cultura e humor, causado por uma revolta pessoal que só poderia vir de uma autora tão única.

Faço meu apelo agora, neste restrito e não conhecido blog, para a volta do Algo do Gênero, antes que atitudes mais drásticas tenham de ser tomadas, graças a certos 96% que têm significado apenas para algumas pessoas.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Oh, Glória

"Agora, Jesus tem que iluminar a cabeça do povo brasileiro"
Foi o que eu ouvi um certo senhor falar no ônibus, enquanto tentava decifrar as palavras fora de ordem no e-book de Dois Irmãos, em meio ao calor e à dor de cabeça. Nada de mais, pensei. Apenas mais uma pessoa com uma opinião -nem tão- própria quanto ao que devia acontecer. Ignorei, e voltei a ler.


"Oh, glória!"

...


"Oh, glória!"

...


"Oh, glória!"

...


Foi o que o mesmo senhor repetiu, enquanto a pessoa com quem conversava, que por acaso estava no banco ao lado, permaneceu em silêncio.

"Porque eu sou filho do rei! Eu sou príncipe! Sou filho de Deus! Ninguém tem o direito de fazer alguma coisa contra mim!" Ele diz, sem motivo externo algum, tempo depois.

Discursos e mais discursos sobre como apenas Deus pode fazer o bem, em voz desnecessariamente alta, desviavam meus pensamentos do livro a um ponto em que desisti de ler, e passei a apenas fitar distraidamente a já conhecida paisagem da janela do ônibus.

Próximo à Ponte das Bandeiras, uma mulher, e um filho com síndrome de down, passam pelo corredor, em direção à porta.
O senhor diz, ao garoto: "Você é muito bonito, sabia?", então, olha para a mãe e diz: "Tem fé, e deixa Jesus trabalhar no seu coração, que esse problema dele vai acabar"
Depois que os dois saíram, ele vira-se ao seu companheiro, e diz: "Viu como ele é bonito? Tem que ter fé, que esse mal, esse demônio nele, vai embora!"

Foi aí, que pus-me a pensar: O garoto, realmente, tinha um problema? Ele pode ser considerado um demônio por ter uma deformação que não é sua culpa? Ele precisa do dó de um desconhecido?

Pessoas como esse homem no metrô não têm fé. Em nada. Eles reafirmam-se, e reafirmam-se de novo, em voz alta, para que aquilo que eles gostariam de acreditar possa se tornar realidade. Quem acredita em algo, seja no que for, não precisa reafirmar a si mesmo, nem tentar desesperadamente, como esse homem no ônibus, convencer os outros de sua crença, apenas acredita.


"Sabe aquela mulheres que se dizem crente? Dá uma boa pisada no pé delas pra ver se é crente mesmo! Pra ver se ela não vira uma bofetada na sua cara!" Ele disse, pouco antes de sair.

Alguém que se diz crente, por acreditar, não deveria revidar uma agressão? Isso a torna menos crente? Mais uma vez, a reafirmação volta, desta vez acusatória, para que ele tente convencer a si mesmo de sua fé.

São pessoas como essas que tornaram e ainda tornam a vida de muitas outras mais difíceis, menos aceitáveis, porque, sabe, aqueles com problemas mentais involuntários têm demônios em seus corpos.

A fé não está no que fazemos ou dizemos. Está dentro de nós




"Se eu fosse um ossinho e soubesse girar, girava o dia todo até o mundo acabar..."

Desprezo, tédio e decepção

São estas três palavras que definem uma festa de casamento com a família Ferreira, ou, talvez, apenas a parte dela a qual pertenço.
Um fim de semana na praia: falta no curso, pressa ao sair da escola, um pedaço de pizza, um trabalho de fotografia e a esperança de diversão ao lado de membros próximos da família. Casamento de um tio: pétalas, um violino com música clichê, buffet em casa.
Bebida, muita bebida alcoólica para pessoas desprezíveis: felicidade falsa, palavras sem nexo, exagero, vício.
Uma câmera para alguém do curso de multimídia: planos fora do padrão "todo mundo fazendo pose", uso do 'cenário' do local para fotos diferentes. Pesoas percebem a habilidade: fotógrafo do buffet passa a seguir-me para usar os ângulos e planos encontrados, família abusa, querendo ver as fotos a cada minuto, pedem fotos com pose, recebo atenção demais, não gosto disso, prefiro permanecer invisível. Um garoto pula na piscina gritando, para atrair atenção. Vou para a sala, tiro o DS do bolso, jogo até o fim da bateria. Cochilo.
15:00 e a festa não parece estar próxima de seu fim. Volto a ela, como algumas torradas com patê, e queijo. Vou ao lado de minha mãe, conversamos coisas do cotidiano, ela e a irmã praticamente não beberam. Poucas pessoas com cérebro na família. Vou para a casa de outro tio, na qual sou hóspede, jogo um pouco, ponho o DS para recarregar, volto à festa para comer doces e despedir-me de minha mãe de minha tia, que vão embora às 18:00, trabalham no domingo. Meu pai e outros bêbados tentam jogar-me na piscina. Recuso-me a juntar-me a eles, volto para a outra casa, onde permaneço no ócio total até que adormeço, às 22:00.
Próximo à hora em que eventualmente dormiria, tios discutem sobre cerveja. Não sabem falar de outras coisas. Desprezo.
Domingo, 4:00; acordo, não durmo de novo até a noite. Os planos de caminhar na praia pela manhã não poderão ser concretizados. Decepção.
Não posso ligar o videogame ou irão reclamar. Tédio.
Teorizo um post em meu blog, e o escrevo às 9:40, em meu caderno, no colchão onde estou desde o dia anterior, e onde passarei a maior parte do dia, até que meu pai enfim decida voltar para casa.



Fins de semana com a família não estão na moda.

sábado, 18 de outubro de 2008

HOPI HARI - PoV do Danilo

Calor, desperto. Olho para o relógio, 4:30, deito-me de novo, adormeço.

Um pesadelo, desperto de novo, mais uma vez olho o relógio, minha visão está embaçada, 5:40, dormi mais do que o esperado. Dirijo-me ao banheiro, lavo o rosto. Escuro. Volto a olhar o relógio: 5:15; não ia conseguir dormir de novo. Dirijo-me ao quarto, visto a roupa separada no dia seguinte, saio sem fazer muito barulho, vou ao metrô.

6:20
Saio do ônibus, cheguei cedo demais, devia ter saído de casa às 6,mas é melhor chegar cedo que chegar atrasado, pensei.
Vou ao metrô, pego um metrô news, sento-me em um canto, e leio-o. Com matérias mal escritas sobre política e economia, o jornal dá mais ênfase à nova isabela, o sequestro em santo andré, a cidade com uma rua, uma placa e uma árvore e a esportes. Jogo o jornal no lixo.

6:40
Passo a andar de um lado para o outro na praça da tiradentes, subindo e descendo as escadas do metrô nos dois sentidos para passar o tempo, aos poucos as pessoas fúteis do Liceu começam a aparecer: gente do médio, ou até mesmo do técnico, fumando e bebendo em plena manhã.

7:05
A partir das 7, ficara esperando dentro do metrô, era a hora em que marcáramos de nos encontrar. Patuxa é a primeira a chegar, aparentemente com o pai, deixo-a em paz. Volto a caminhar do lado de fora, quando volto, encontro Henrique e Biel conversando sobre o museu do crime, eles não parecem ter notado a presença de Patuxa bem próxima a eles. Converso, ofereço biscoitos, reclamo de sede. Léa chega, pai de Patuxa a deixa, nos perguntamos onde estaria Gabê, subimos as escadas, e a encontramos, descobrindo então que ela viera de carro.

7:30
Corremos para a entrada do metrô, com medo de o ônibus já ter ido embora, fomos comprar água e alimento no mercado mais próximo, ao chegarmos lá, descobrimos que os ônibus acabaram de chegar, esperamos mais, conversamos, falamos de gatos, brincamos de Dança do Retângulo, falamos das pessoas na rua e de nossas roupas.

8:40
Finalmente vamos em direção ao local onde estão os ônibus, sou zoado em boa parte do caminho por pessoas que são insuficientes pra seu próprio ego. Chegamos ao Liceu, esperamos pela permissão de entrada, sentamo-nos na frente.

10:00
Depois de muita conversa, e uma certa menção à aeromoças, olho para trás e deparo-me com o primeiro Momento Estranho: Henrique estava com o rosto fora do campo de visão, visivelmente inclinado, fazendo movimentos de ida e volta com a cabeça, olho para Biel, ao seu lado, meio que deitado, em posição fetal, e com apenas a região do peito para cima visível, em seu rosto uma expressão de visível felicidade e prazer.

10:30
Chegamos ao Objetivo, Hopi Hari, com sua pseudo-língua exclusiva, muito calor e pouco espaço com sombra, Patuxa mais uma vez põe a culpa na aeromoça,e vamos para os bancos, com sombra.

11:00
O parque abre.Entramos em uma fila muito menor que as demais. Nos perguntamos se é Vip, ou simplesmente foi esquecida pelos demais visitantes, era a segunda opção.


11:15
Terminamos de esperar as garotas que haviam ido ao banheiro, e dirigimo-nos ao Ekatomb. Uma pressão esmagadora no pior lugar para isso, porém um brinquedo relativamente relaxante.

12:20

Depois de alguns brinquedos, uma prova da resistência de um celular, uma tentativa de grease lighting e confissões no escuro, rastejamos para algum lugar onde pudéssemos comer, ou apenas algum lugar com sombra. Ao encontrarmos um restaurante com déficit de eficiência, sem o alimento que queríamos, caro e com atendente que não entendia o pedido, comemos uma comida sem graça, e que não satisfez a total falta de energia, com direito a um verme gigantesco na calça de biel, provavelmente atrás dos remanescentes do já mencionado momento estranho, tirei-o com um chute.


18:30

Depois de muita brisa, momentos estranhos, brinquedos, litros de refrigerante, uma bolinha-que-pula e seu mestre, Biel, o Sol se pôs.

Gabê vai ao Sky Coaster, onde pagou R$20,00 para pular de uma altura qualquer. Não foi esse o melhor é claro, o mais fantástico é que fomos capazes de ver: o Super Homem, um avião, uma manteiga, um míssel com ângulo de inclinação de 60º, uma caixa-de-pizza-que-bóia, uma tora, uma libélula, e, sobretudo, as FAF (Fatias de Amor Flutuantes)!

Deparamo-nos também com certos monstros, não realmente assustadores, mas possíveis bons atores.



Saímos de lá às 21:00, onde brisamos ainda mais no ônibus

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Branco

Branco. Uma cor, ou será que não?

"Se as pétalas da rosa branca se abrem uma a uma, as memórias daquele dia se colorirão"

Se pudéssemos representar cada sentimento por uma cor, o branco seria o que?
Seria exatamente aquilo que o branco é: a união de todas as cores, mas, diferente de seu oposto, o preto, não se destaca, nunca se sobrepõe, nunca perturba, é um sentimento puro, que não tem definição ou classificação, aquela vontade que todo mundo às vezes tem de simplesmente fazer as pessoas, sejam elas quem forem, felizes.
Porque o branco, diferente das cores, não absorve a luz de nada nem de ninguém, sempre refletindo, sempre iluminando, deixando que todos tenham sua própria luz, mesmo que para isso não sobre nenhuma para si próprio.

"Quando as pétalas da rosa branca se dispersam uma a uma, nosso amor transforma-se em eternidade."

Quem sabe, a própria natureza do branco de entregar o que há de bom nele mesmo aos outros seja a mesma natureza que o afasta dos demais, já que quanto mais perto você estiver da luz, maior será sua sombra. Tudo o que for branco, um dia ser tornará preto, porque chegará uma hora em que sua luz irá se esgotar, e ele, como o preto irá precisar da luz do branco, aquela mesma luz que ele entregou a todos, porque sem o preto,o branco não pode existir, e sem o branco, também o preto não existe, então esse mesmo tudo que absorve é o tudo que dá, esse novo preto é também o novo branco, a luz dentro das trevas, o bem dentro do mal, e nenhum deles pode existir sem o outro.

O preto está na moda, não estar na moda também, mas mesmo que todos usem preto, ninguém quer estar na moda, eles se anulam, e sobra o nada. Branco.



sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Ninguém me ama, eu também não gosto de ninguém, mas não porque ninguém gosta de mim, não ligo pra ninguém . Nem ao menos sei porque estou escrevendo isso, ninguém vai ler mesmo, ninguém vai lembrar que esse texto existe. Porque ninguém vai ler isso? Ninguém sabe. Ninguém também pode mudar isso, porque ninguém sabe que isso existe, ninguém saberá.








Quem?


quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Cadeiras e a solidão

A primeira pergunta que provavelmente virá à cabeça daquele que ler o título é: "qual a relação entre cadeiras e solidão?". Nenhuma. Com certeza não há nenhuma relação, exceto é claro, como essa cadeira pode estar, pois aquilo que inspirou este que vos escreve a este título é nada mais do que um círculo de cadeiras. Amigos lado a lado, todos discutindo um mesmo assunto, mas o que poucos perceberam, embora seu destaque, foi uma solitária cadeira a seu centro: vazia, sem vida, rejeitada, à vista de todos mas mesmo assim ignorada. O assunto da discussão? Macabéa. Criação de Clarice, solitária, uma mulher que se destacava por seus hábitos incomuns e incessante desejo de sempre saber mais. Ignorada, rejeitada, traída, morta.
Agora paro pra pensar: estariam realmente as cadeiras não associadas à solidão? Cadeiras nos trazem conforto, algumas, como a da imagem, um espaço para que escrevamos, outras nos proporcionam um apoio para os braços, mas cada um está na sua. Sim, porque não existe uma cadeira para todos? Se todos sentássemos no chão, obviamente, haveria desordem sem igual, sem as cadeiras, provavelmente haveria poucas chances que alguém prestasse atenção no que estiver fazendo, seja isso em casa, seja na aula, em qualquer lugar, sem contar, é claro, os problemas de coluna que isso poderia proporcionar. As cadeiras são portanto, um mal nescessário.
Assim como Macabéa é essa cadeira, porque todos estão à sua volta, mas a tudo dão importância a não ser a ela, porque quando ela for nescessária, será usada, e, depois, rejeitada, deixada para trás, riscada, quebrada, torta, suja, jogada, morta. Mas a verdade, é que nunca esteve viva, nada mais que mero instrumento, criado pelo homem, a serviço do homem, destruído pelo homem, e assim como o homem faz com seus semelhantes, no exato momento em que não tiver mais utilidade, não será mais digna de importância.
Se, para que todos tênhamos segurança no que fazemos, precisemos nos isolar, que assim seja. Se, para que seja conservada a ordem, precisemos nos reprimir, que assim seja.
Se para que possamos crescer, deixaremos aquilo que não tem importância para trás, que assim seja.




"So why is it that you loathe us who teeter on the edge of
nothing? We who were turned away by both light and dark
---never given a choice?
No matter what misery befalls the worlds. No matter what you
think, what you feel, or how you exist."



quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Sobre pinguins e aves que não são aves


Afinal? Que coisa melhor para o primeiro post d'A fantástica vida de Dan do que os pinguins? Afinal, o que são pinguins? Nada mais que aves injustiçadas, que, assim como os avestruzes... não podem voar. Ah, o triste destino, que privou essas tristes espécies de seu próprio nome e definição! Uma exceção à regra, uma aberração, uma pseudo-adaptação ao meio ambiente? Essa última é a mais cientificamente correta, MAS, não poderiam elas ter simplesmente voado para outro lugar? Ou teria uma espécie primitiva de réptil evoluido de maneira errônea para esses seres que tanto parecem com orcas, de agradável feição e pés kawaii? A verdade é: eles são um reflexo de todas as injustiças, coisas injustificadas, demissões de Alexandres, coisas sem sentido, pseudo-existências e até mesmo... a coisa!


Embora não dotados de sua principal característica, essas "aves" funcionam bem no ambiente em que vivem: seja nadando e caçando peixes como bons pinguins, enfiando suas cabeças na terra (isso também, um reflexo de sua vergonha consigo mesmas) ou comendo gyshal greens! Uma ótima menção, devo dizer, à uma criatura -infelizmente- fictícia, os chocobos, da série Final Fantasy: aves geralmente amarelas, que se assemelham a avestruzes e correm rápida e decididamente, sempre dispostos a ajudar humanos -ou moogles- em necessidade!

São também, um reflexo de como as coisas nem sempre são como esperamos, de como nem sempre podemos escolher, e temos de lidar com o que nos é imposto, seja pela sociedade, seja pela religião, seja por onde nascemos. Mas principalmente, uma amostra de como podemos ser os melhores mesmo nas situações mais desfavoráveis, superando todos os desafios que o cruel e brincalhão destino nos impõe.

Seja você também um pinguim! Quebre as paredes que te prendem, pise no estereótipo, vença os desafios e conquiste seu lugar!

"Get break up! To break up! Atarashii fighter..."